Em fevereiro de 2007, entrei na onda do momento e inscrevi-me numa formação avançada em gastronomia molecular. Na altura, era o assunto do dia: os restaurantes mais modernos tinham obrigatoriamente pratos “moleculares” nas ementas. Espumas, esferificações, texturas estranhas – tudo muito inovador.
Confesso: foi divertido. Aprendi a fazer coisas como caviar de Coca-Cola (sim, leste bem!) e outras experiências científicas aplicadas à cozinha. A formação foi dada por professoras de química, o que deu um toque ainda mais técnico à coisa.
Um dos meus colegas do curso estava no início da carreira como chef. Hoje, tem estrelas Michelin (não, não é o das azeitonas explosivas!🤣). E eu? Fiquei com as estrelas do céu, que são bem mais baratas!
E o diploma?
Ah, o diploma! A única coisa que sobrou da experiência. Mandei emoldurar e agora está exposto com orgulho na sala. Não pela utilidade, mas pela piada. Uma lembrança de uma fase em que todos queriam ser alquimistas da cozinha.
Valeu a pena?
Sim, mas não pelo que aprendi, e sim pelas histórias que ficaram. Porque na cozinha, o mais importante nem sempre é a técnica – é a experiência, o riso e a memória.