Um pouco sobre mim
O meu nome é Luís Lucas sou há mais de 35 anos Diretor-Geral e Diretor Criativo da Grafe Publicidade, a criatividade é algo que está na minha natureza.
Esta criatividade é expressa não só nos trabalhos da minha agência de publicidade, como também na cozinha e nos pratos que produzo, quando misturo a cozinha tradicional portuguesa com receitas mais modernas e de outros países.
A minha Cozinha
A minha cozinha é tudo. É o Ribatejo onde não nasci mas tenho raízes. É Lisboa onde vivi. É o Norte, é o Centro, é o Sul deste Portugal em igual. É os amigos. É a família. É a China, é a Tailândia, é a República Dominicana, é o Mundo que percorri. É a vida que vivi e aquela que não percebi. A minha cozinha sou eu. Triste ou alegre, irritado, furibundo, derrotado e chato. Ou divertido, confiante, triunfante, apaixonado, entusiasta e sonhador.
A minha cozinha é o meu pai que me arrastava para o mercado e me ensinava a olhar, a ouvir, a cheirar, a tocar e a apreciar os produtos. A percebê-los e a conhecê-los como se conhecem as pessoas e a deixá-los cativarem-me ou não, exatamente como a Ritinha me cativava e a Tia Ernestina não.
Tinha então 5 ou 6 anos aquando do meu ritual de iniciação à culinária.
Saber onde, como e o que comprar. E o que fazer e inventar com tudo aquilo. A minha mãe era a mestre que me ensinava a gostar dos alimentos com o mesmo rigor que a mestra da escola me ensinava a desenhar as primeiras letras.
Aos 9, já fazia experiências culinárias. A primeira, como qualquer puto desta idade, resultou num salame de chocolate, talvez não melhor que o da minha mãe mas com o sabor do gozo imenso de ter sido eu a selecionar e a aprovar a condição dos ingredientes, um a um, em regime de severa inspeção militar.
Hoje, cozinho para os amigos e para a família. Cozinho para relaxar, para alimentar o fim-de-semana com prazeres partilhados com aqueles de quem gosto.
Cozinho num ato de criação “de quem faz um filho, fá-lo por prazer”.
Sonho os meus petiscos durante a noite, no acordar do duche, na fila do trânsito. Na cozinha da minha casa da Carregueira, onde planto poejo, salsa, salva, manjericão, coentros, galinhas, laranjas, ovos, abóboras, cozinho esses sonhos.
E se não saem bem à primeira, é porque não eram sonhos… eram pesadelos! E então, não volto a experimentar a mesma fórmula. Tudo é sempre diferente. E sonho um novo sonho que faço diferentemente.
Com a idade aprendi que DOCE não é coisa efeminada nem desadequada a macho ribatejano que se preze. Por isso agora dedico-me à confeção e invenção de Doces sem remorso nem rebuço.
Porque doce é como quero a minha existência, na partilha dos prazeres culinários com todos aqueles que tornam a minha vida mais saborosa e apetitosa.