Arroz de Chocos com tinta em Estorãos
Ir ao Minho em Agosto sem ser nas festas de Viana não lembra nem ó diabo, mas lembraram-se a Isabel e o Fernando que conseguiram convencer a Odete a lá ir ter, a Estorãos. Quando chegamos estava um calor do caraças, hoje está um frio do caneco.
Ainda bem a ver se acabam os fogos, que desde que cá cheguei ainda não pararam.
Estorãos é uma pequena aldeia minhota bem verde com uma ponte romana a atravessar o Rio de Estorãos, onde há uma praia fluvial, tudo muito bonito, tudo muito verde, com muito calor, mesmo a apetecer um banho.
Em Estorãos havia festa! A festa da Nossa Sra. dos Emigrantes que eu nunca havia ouvido falar, com procissão e bailaricos à noite. Tudo muito divertido com os emigrantes a falarem estrangeiro entre eles, e português com os que ficaram.
Ainda fui beber uma mine.
O conjunto era o St. André para aí com oito elementos tocavam e cantavam música portuguesa, e muita desgarrada como é tradição no Minho.
A noite estava animada! Mais junto ao bar que na pista de dança. Como estava fresco e eu tinha tido um dia muito duro a passear em Viana e a petiscar em Ponta de Lima, fui-me deitar cedo.
No meio disto tudo viemos almoçar a Estorãos, haviam uns Burriés, uns Mexilhões, uns Percebes a metade do preço da Ericeira, e uns choquinhos que tinham sido comprados de véspera, em Viana, e que era urgente fazer. O Fernando por força que os queria grelhados sem acender o lume, eu queria mais uma receita, e nunca os tinha feito com o arroz com tinta. Venci eu! Um arrozinho de chocos com tinta, acabaram por gostar!
Era melhor que não!
Arroz de chocos com tinta (como petisco, para 6)
Ingredientes:
6 chocos pequenos, mas não muito com tinta
4 mãos de arroz, do que havia lá em casa
1 cebola cortada aos gomos
Coentros picados
Azeite a cobri o fundo
Sal grosso
Água
Num tachinho alourei a cebola e o arroz, juntei um copo água e os chocos que não tinham muita tinta, a seguir fui deitando mais água e coentros, quando o arroz estava quase cozido apaguei o lume e deitei mais coentros.
Os chocos foram o final dum festim com Percebes, Burriés e uns Mexilhões espectaculares abertos no vapor.