Um fim de semana gastronómico diferente entre o Porto e Gaia

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Um fim de semana gastronómico diferente entre o Porto e Gaia

Gosto muito do Porto. Da sua arquitectura, das pessoas, do comércio e dos restaurantes como é óbvio.
No outro dia, fui lá com uns amigos fazer um fim de semana gastronómico, chegámos na sexta-feira, de propósito para jantar uns filetes de polvo.

Flor dos Congregados

O António tem lá um amigo dos tempos da guerra do Ultramar que tem um restaurante “diferente”, a Flor dos Congregados. Bem na zona antiga, o restaurante é lindíssimo, todo em granito, a comida é normal mas o que é realmente diferente é o dono, o Barbosa, o homem é um espectáculo de ir às lágrimas.

A maneira como trata os clientes é exemplar. Portugueses, só nós quatro, um casal italiano, 3 amigos alemães, 4 francesas e um casal português que se sentou na esplanada e que o Barbosa, aos gritos cá de dentro e julgando que eram estrangeiros, lhes dizia bem alto: “se te queres sentar na esplanada, vai para a praia!”, até que o cliente lá entrou a falar português e a pedir satisfações, mas o Barbosa tinha razão! Ninguém se senta à mesa, mesmo de inverno, numa esplanada de gorro na cabeça.

Com os alemães entendia-se em Português, só comiam o que ele queria, no meio de montes de asneiras, algumas preciosas como “estes c******** pensam que vêm para cá gozar com o pessoal, o filho da p*** sabe lá o que é bom, vai mas é comer uma maçã assada!”, e por aí além. Eles riam-se muito.

Era a segunda noite que as quatro amigas francesas lá iam todas animadas. O Barbosa sentou-as ao nosso lado e começou logo no seu tratamento familiar: “então ó minhas p****, outra saladinha? Estas vacas gastam o dinheiro noutros lados e aqui só comem salada!” Elas riam-se muito, o homem tem graça e com jeitinho deu duas palmadas nas costas duma delas que a mulher ia fazendo um pião em francês.

Ao casal italiano, e sempre a falar em português, obrigou-os a pagar o Vinho do Porto que lhes ofereceu quando se sentaram. Sim porque na terra deles ninguém dá nada a ninguém: “tive de os ameaçar, não queriam pagar!”.

Muito bom, adorei o restaurante, fartei-me de rir, porque ele é amigo do meu amigo. Já sabe, se for ao Porto não falhe, vá à Flor do Congregados e divirta-se à grande! Ah! E a comida? Neste caso é uma questão secundária.

Grafe e Faca um fim de semana

Pedro dos Frangos

No Sábado de manhã fomos à feira das velharias e no regresso perdemo-nos numa loja de artigos de cozinha. Quando saímos já era tarde e, em frente, a Casa das Febras tinha bicha à porta, o que eu não sabia é que é uma casa afamada no Porto, sempre cheia.

Como não tenho paciência para esperar, entrámos na porta ao lado, numa churrascaria, O Pedro dos Frangos.

Adorei o frango, era ótimo! E as batatas fritas também. Não há dúvida que para comer bem tenho de ir ao Porto!

Presuntaria Transmontana

Sábado, o Tózinho ofereceu-nos o jantar na Presuntaria Transmontana. Ele já lá tinha estado e tinha gostado muito. Marcámos mesa, deixámos o carro no Porto, junto à Ribeira, e fomos a pé pela ponte D. Luís, um passeio lindíssimo! Gaia vista do Porto é muito bonita mas o Porto visto de Gaia é espetacular!

A Presuntaria, tem muita fama por aquelas bandas, o conceito é igual a tantos outros, muitas entradas. Comemos um presunto de entrada que estava bom, e de seguida um prato típico transmontano, a cataplana de porco com amêijoas.

Pedir em Gaia, num restaurante Transmontano, um prato alentejano numa cataplana algarvia, é o mesmo que dizer que estávamos a pedi-las.

A cataplana não era cataplana, era uma frigideira com uma tampa. A carne de porco não era carne de porco, eram aparas do reco muito pequenas, guisadas numa molhenga aguada com as amêijoas e umas batatas fritas aos cubos, ensopadas no molho. Mau demais para ser verdade!

Salvaram-se os doces, mais pela quantidade que pela qualidade.
Os empregados simpáticos qb. Mal por mal prefiro o Barbosa, sou maltratado mas divirto-me à brava!

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