Omeleta de peixe, a receita dos meus pais
Há mais de 45/50 anos havia em Lisboa lojas especializadas na venda de determinados produtos. Hoje lembro-me com saudade do movimento que o comércio trazia às ruas. Lojas como as que só vendiam ovos, de vários tamanhos e até ovos partidos, que as pessoas com menos recursos compravam e levavam num saco de plástico transparente com as claras e as gemas misturadas com as cascas. Eu próprio, a pedido da minha madrinha, lá vinha cheio de vergonha com o saco pendurado na mão… Não havia dinheiro e aproveitava-se tudo.
Omelete ou omeleta, há por aí muita gente a fazê-las desenroladas como se fossem as tortilhas dos espanhóis. Em casa dos meus pais aprendi que as ditas têm de ser enroladinhas com muito amor e carinho para os ovos ficarem bem fritos. Como não havia frigorífico lá em casa, o receio das intoxicações obrigava a que os ovos ficassem bem passados. Hoje, mesmo com os frigoríficos, de vez em quando, ainda há pessoal que fica aflito.
Aqui está uma receita feita pelos meus pais, usada exclusivamente para reciclagem de sobras do dia anterior. Aproveitavam as sobras do peixe cozido, um bife, carne do cozido, tudo o que combinasse bem com ovos.
Ingredientes
Instruções
Bata bem os ovos, junte-lhes os restos e deite numa frigideira com o fundo tapado de azeite ou de óleo bem quente.
Com a ajuda de duas espátulas deixe fritar e vá puxando o excesso de ovo para si, ao mesmo tempo que vai enrolando a omeleta, deixando sempre fritar bem até formar um rolo lindo.
Prometo que um dia destes faço um filme do processo. Parece difícil mas não custa nada!
Veja a foto da receita: