Gosto muito de ir ao Minho. Normalmente, todos os anos passo por lá e acabo a dormir em Estorãos, na casa do Fernando e da Isabel.
Ao sábado de manhã levanto-me sempre cedo e dou um salto a Ponte de Lima. Gosto de ir ao mercado na antiga praça por causa dos agricultores que lá vão vender os seus produtos. Desde galinhas a patos, coelhos, ovos, flores, hortaliças, e pimentos padrón (unos pican y otros non) em planta que eu trago para cultivar na Carregueira, lá há um pouco de tudo.
Do lado de fora, no talho virado para rua, estão expostas umas barrigas de porco com um aspeto fabuloso, temperadas com sal, colorau e vinho branco (acho eu). Também há outras, temperadas com sal e vinho verde tinto. São lindas, só apetece trazê-las para casa!
Lembra-me o Ribatejo, quando eu era miúdo e não havia frigoríficos. O talho/mercearia lá da terra matava o porco à sexta-feira, e o veterinário via o animal depois de morto para o certificar com um carimbo, como se fazia nos matadores. Tudo isso acabou, dizem eles que é por o bem da saúde de todos. Será?
Na sexta à tarde e no sábado, a carne ainda era vendida fresca e a outra que ficava para vender durante a semana, temperava-se com sal e massa pimentão, que substituía o frio. No Ribatejo, tudo isso acabou. Felizmente, Ponte de Lima é uma terra que gosta de manter as tradições.