Bacalhau à Lagareiro
Este era um dos pratos domingueiros em casa dos meus pais quando lá havia bacalhau do alto, o meu pai era sempre quem o fazia contando sempre a estória do patrão que entre os vários negócios tinha um lagar de azeite no Ribatejo, que claro só trabalhava no tempo da azeitona, e aí, era dia e noite.
Às vezes havia pouco de bacalhau, e muito azeite acabado de sair. Era nesses serões que os homens faziam na fornalha este petisco acompanhado de umas batatas assadas só com sal e depois de esmurradas, regadas com muito azeite e acompanhado do tinto que havia, (muito também).
Na época não havia problemas de gordura nem de colesterol e muito menos de coração, trabalhava-se de sol a sol e não havia tempo nem dinheiro para engordar, nem para adoecer.
Hoje faço o Bacalhau à Lagareiro com a recordação da receita do meu pai e também conto aos meus filhos a estória que o meu pai me contava, dizem eles que estou a ficar velho e chato! Daqui a uns anos provavelmente vão ser eles a contar a mesma estória.
Hoje encontramos nos restaurantes um bacalhau com o mesmo nome, mas, assado na brasa acompanhado com umas batatas com casca completamente insípidas.
O meu pai se cá voltasse e visse esta coisa dava-lhe um treque!
Ingredientes
- Bacalhau - 4 lombos
- Cebolas - 2 grandes cortadas às rodelas grossas
- Alhos - 6 dentes laminados
- Louro - 12 folhas
- Azeite - a tapar o bacalhau
Instruções
Ponha tudo numa travessa que deve ter um tamanho em que o bacalhau fique bem aconchegado com a cebola para não gastar muito azeite e leve ao forno a 180 graus, quando a cebola estiver macia, o bacalhau está assado. Mais ou menos 30 a 35 minutos.
Comi-o como mandava a tradição com batatas a murro muito azeite e uma boa salada de alface cortada em juliana temperada com sal grosso, azeite e vinagre numas tigelinhas à parte.
Com não gosto vinho de tinto bebi um vinho branco óptimo a acompanhar.
DICA: Se não quiser gastar tanto azeite ponha agua até metade da altura do bacalhau e o resto com azeite.