Diospiros com Maracujá, um manjar e tanto!
Abomino diospiros! A consistência melada e peganhosa, a estranheza, que nos deixa a língua encortiçada se ainda não está no ponto maduro, o ar de tomate doente e semi-transparente. Até o nome me arrelia, nome que rima com suspiros de velha enfadada com a vida.
Aos maracujás dedico plena adoração. O exterior é feio, em forma de ovo púrpura-escuro e enrugado, de elegância espartana. Mas quando se abre mostra a belíssima alma. Não é por acaso que lhe chamam “fruto da paixão”.
Um dia, decidi recriar numa sobremesa o conto de “A Bela e o Monstro”. Juntei diospiros e maracujás e o resultado foi uma surpresa para o meu olhar e para o meu paladar! Os dois frutos uniram-se para dar origem à sobremesa mais singela, mais pura, mais elegante, mais suave e mais deliciosa que alguma vez criei.
Nunca digas destes diospiros não comerei!