Trouxas da Malveira

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Quando era miúdo ia muitas vezes com os meus pais ali para a zona da Malveira, umas vezes às quintas-feiras, na altura da Feira do Gado, outras aos fins-de-semana. O meu pai chamava a estas rumarias “o passeio saloio”. Invariavelmente, acabávamos por ir comprar Trouxas da Malveira. O meu pai não lhes achava grande piada… mas Eu gostava muito e ele lá fazia o sacrifício. Havia sempre muita gente na fila, mesmo muita!
Depois cresci, e já só passava pela Malveira a caminho da Ericeira. E agora com as autoestradas, raramente lá vou!
No outro dia, a caminho da Ericeira, era uma quinta-feira e já passava das cinco da tarde, as lembranças da Feira vieram-me à memória. Àquela hora achei que ainda ia encontrar algumas barracas aberta… mas já estava tudo fechado. Foi pena!
Lembrei-me então das ditas Trouxas e do seu sabor, que me ficou na memória. Tinha a certeza que se vendiam junto às bombas de gasolina.
Comprei meia dúzia para comer em casa com os putos. O sabor era quase o mesmo daquele que Eu me lembrava, embora ache que agora tenham menos açúcar (uma pena!). São muito bonitas de aparência, com um recheio de creme de amêndoas que os vendedores dizem não levar ovos… mas que Eu tenho alguma dificuldade em acreditar. Um creme amarelo sem ovos? Só se for com corantes.
Agora, à distância, consigo perceber a opinião do meu pai quando dizia que poderiam ser muito melhores se fossem recheadas com doce de ovos.
Resumindo e concluindo: gostei das Trouxas e os meus netos adoraram! Quando lá voltar a passar, vou com certeza comprar uma caixinha com mais meia dúzia.

 

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